Sarcófago
Um sarcófago é um caixão funerário, geralmente de pedra, colocada sobre o solo, embora alguns sarcófagos fossem enterrados. No Antigo Egito, se o morto fosse de classe alta, o corpo era geralmente mumificado e depositado neste tipo de caixão.
A palavra "sarcófago" provém do grego antigo σαρκοφάγος, translit. sarcophágos, de σάρξ, (translit. sarx: 'carne') e φαγεῖν (translit. phagein: 'comer'). A palavra sarkophágos era originalmente parte da expressão λίθος σαρκοφάγος (translit. lithos sarkophágos: 'pedra que come carne'), em alusão a um tipo de calcário, que, supostamente, seria capaz de decompor a carne dos cadáveres. A expressão foi levada para o latim como lápis sarcophagus.
Acreditava-se que o morto necessitaria do seu corpo conservado para que o seu ka (espírito) pudesse regressar e juntar-se a ele novamente, quando fosse voltar para a vida. Dado que o ka exigia um suporte físico para continuar existindo, o sarcófago tinha a função de ajudar a preservar e proteger o corpo. Mesmo que o corpo se deteriorasse, o sarcófago teria de substituí-lo.[carece de fontes]
De grande importância nos sarcófagos são os desenhos, que em diferentes ocasiões representavam Deuses que ajudariam o morto na sua viagem ao outro mundo, além de expor a classe social da família do falecido. Das várias representações dos sarcófagos, destaca-se o culto ao Deus Rá, que acompanharia dia e noite a viagem do morto no seu barco sagrado. O facto de o Sol nascer todas as manhãs simbolizava Rá a vencer os perigos do mundo subterrâneo, seguindo o seu ciclo, junto ao morto. Uma outra representação muito encontrada é sobre a grande batalha entre Osíris e o seu irmão Set, que teria vencido Osíris e espalhado os seus restos por todo Egito.
Havia várias citação, como a viagem de barco sagrado, os filhos de Hórus, entre outras, retiradas do Livro dos Mortos.
Com o passar dos tempos, houve uma evolução nos sarcófagos. Na I e na II dinastia egípcias, os sarcófagos eram feitos de madeira, possuíam um formato retangular, com a sua tampa em forma de abóbada. O corpo ficava encolhido e com o rosto virado para oeste. O corpo era colocado com os seus pertences no seu túmulo. Usavam-se chacais para tomar conta do túmulo, de modo a que não fosse saqueado, pois havia objetos de ouro e prata na sala do sarcófago. Acreditava-se que o morto iria precisar do seu corpo e dos seus pertences no outro mundo. Por isso era deixado no túmulo comida, bebida e os órgãos do morto dentro de potes de barro contendo água do Mar Morto, saturada de sal, para que fossem preservados. Também era deixada a cópia do Livro dos Mortos, que o morto teria de ler, segurando a cruz ankh, que, para os egípcios, era a chave da vida.
A partir do Império Antigo, os sarcófagos começaram a desempenhar funções simbólicas. No Império Médio, eles eram orientados pelos quatro pontos cardeais. Cada um era representado pelos filhos de Hórus. Também era característica desse período colocar um painel falso central, posicionado na altura do rosto, por onde eram redesenhados os olhos, nariz e boca. O sarcófago com formatos dos mortos data-se da XII dinastia. Os olhos simbolizavam a união entre os dois mundos: o terreno e o celestial, e acreditavam que por meio desses olhos desenhados que o morto poderia ver o exterior.
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