Mumificação
Tipos de Mumificação
Mumificação solar do Egito faraónico
O Faraó morre e o seu cadáver é cozinhado até as carnes se desprenderem dos ossos. Os ossos são pintados de vermelho, enfaixados, fazendo-se uma armazenamento na múmia com gesso. Pinta-se o retrato da pessoa na própria múmia. E esta forma-se ao mesmo tempo numa estátua Ka, ou seja, uma estátua que vai abrigar a alma do morto. Deixavam o corpo ao Sol, pois acreditava-se que o Sol era o principal deus e traria luz para a alma. As instruções mais antigas conhecidas para a antiga arte de embalsamar múmias foram recentemente descobertas num papiro médico do antigo Egito. Descrições de como fazer o processo de mumificação são excecionalmente raras no registro arqueológico. Um exemplo de 2021, encontrado num antigo pergaminho datado de cerca de 1450 a.C., é anterior a outros textos de mumificação em mais de 1 000 anos.
Mumificação osiriana
Este é o processo que mais conhecemos e o que se tornou mais utilizado. Para o Faraó, para a nobreza e pessoas mais ricas, era feita da seguinte forma:
O cérebro é tirado pelas narinas, através de um instrumento curvo, mexe-se com o objeto no cérebro, que é uma massa mole, e este desfaz-se. Injeta-se vinho de tâmara, para ajudar a dissolver mais o cérebro. Vira-se o morto e o cérebro escorre pelas narinas;
É aberta uma incisão no abdómen e todos os órgãos internos, exceto o coração, são retirados, embalsamados e colocados nos jarros canópicos. De seguida, o corpo é enchido com saquinhos de sal (Natrão) e mergulhado numa espécie de bacia um pouco inclinada com um furo de um lado, para que seus líquidos escorram. Após isso, a múmia é literalmente enterrada por 72 dias. O sal absorve todo o líquido do corpo;
Após estes 72 dias, o corpo, que está escurecido e ressecado, é retirado. Enxertam-se resinas, aromas, perfumes, ligaduras, pó de serra, isto para dar a conformação do corpo. Depois disto, a abertura no abdómen é costurada, e é colocada uma placa mágica, geralmente com o desenho dos Quatro filhos de Hórus e do seu olho;
Começa, então, o processo de enfaixamento com metros e metros de tiras de pano de linho com goma arábica, até fazer a composição que vemos nas múmias. A cada volta, colocam-se amuletos e colares. Assim a múmia está pronta para o enterro, sendo que no caso do Faraó este enterro era acompanhado de um extenso ritual, repleto de encantamentos, realizado por sacerdotes.
Mumificação para pessoas de classe baixa
Dão uma injeção de essências e de vinhos corrosivos através do ânus, põe-se uma espécie de tampão e depois de alguns dias tiram-no e o que dissolveu. Seguidamente enfaixam a múmia e devolvem o corpo aos familiares.
Quando as múmias foram encontradas, muitas foram comercializadas e quando o seu comércio acabou e mais ninguém se interessava em comprá-las, alguns ladrões de túmulos decidiram triturar as múmias e comercializá-las como pó para fazer chá. Muitas pessoas adquiriram este pó achando que haveria algum poder de cura para as suas doenças.
Mumificação na atualidade
A mumificação também é um fenómeno natural, sendo o resultado de cadáveres que são enterrados em terreno seco, quente e arejado. O cadáver sofre uma desidratação rápida e intensa, e o corpo não entra em decomposição, pois a fauna cadavérica não resiste e a pele do cadáver fica com aspeto de couro. Um exemplos de mumificação natural ocorreu em Buenos Aires, quando o corpo de María Cristina Fontana foi encontrado na sua residência, em 2014, depois de mais de dois anos em que o seu corpo ficou estendido no chão dos seus aposentos, sem nenhum contato humano e mumificou-se naturalmente.
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