Adereços Faraónicos
Coroas
As coroas foram usadas como símbolos do poder pelos faraós do Antigo Egito e também para distinguir os diferentes deuses desta civilização. De complexidade ornamentais que evoluíram ao longo do tempo. Com base nas duas regiões, o Alto Egito (sul) e Baixo Egito (Delta do Nilo), pode-se admirar as esculturas e pinturas faraós. Destes trabalhos pode-se distinguir as regiões onde procedia a nobreza. Durante o período pré-dinástico o Egito foi dividido em regiões, e foram unificadas pelo Faraó Menés, a partir da Era Dinástica. Cada região é identificada com uma coroa e tinha um deus particular.
Coroa branca: Hedjete
Representado Alto Egito, foi nomeada de Hedjete ou Uererete; tinha a estrutura troncocónica com um topo arredondado. Ninguém sabe o material com que foi confecionada, mas pode ser de origem vegetal, portanto, seria verde, mas na iconografia egípcia é representada com a cor branca, Alto Egito. Conectado com o urubu da deusa Necbete.
Representava o Baixo Egito, foi denominada Dexerete, Mehes (a do norte), ou Nete (semelhante a deusa Neite), entre outros nomes. Era composta do mesmo material que a Coroa Branca, já que assim mostra os textos das pirâmides. A sua cor simbólica é o vermelho e aparece nas paredes do templo virado para o norte. De estrutura cilíndrica riscada, associada ao da abelha, (representante da Dinastia) e da deusa Neite. Estava relacionada às deusas Uto, Amonet e Neite.
Coroa Dupla: Sejemti
Representando o Alto e o Baixo Egito, ou seja, a União dos dois Reinos, a unificação do Egito. Na iconografia é representada com uma Coroa vermelha e branca. Era chamado pelos egípcios de Sejemti "dois poderosos"
Coroa Ritual: Atef
Usada em certos ritos religiosos e consistia basicamente na Coroa Branca adornada por duas plumas de avestruz, uma de cada lado, talos vegetais, chifres de carneiro, a serpente ureu e um pequeno disco no topo.
Coroa Hemhem
Estilo de um triplo Atef , e pode ser considerada uma variante da mesma. Significa a vitória do sol sobre as trevas, da juventude. Na iconografia é representada com crianças.
Coroa Jeprexe
Durante as batalhas ou por ocasião de cerimónias militares, o rei usava uma Coroa Azul de Guerra (kheprech), que surgiu no fim do Segundo Período Intermediário. Ela ficou assim conhecida principalmente porque Ramsés II (c.1290 a 1224), nos seus relevos de cenas de batalhas, sempre se fez retratar com ela na cabeça. Era um barrete com aparência de capacete e saliências nas laterais, confeccionado de tecido adornado com discos dourados.
Coroa Shuti
Representado por duas penas de falcão, mas sofreu transformações, como a inclusão de dois chifres e um disco solar. Está relacionada com a união das Duas Terras , e as duas deusas Wadjet (Baixo Egito) e Necbete (Alto Egito). No Reino Novo converteu-se numa Coroa usada somente pelas mulheres da Casa Real para a adoração divina .
Coroa Nemes
Além das coroas, um adorno de cabeça que cai em duas tiras sobre os ombros e tem a parte pendente sobre a nuca amarrada em trança, denominado nemes, também se tornou bastante conhecido, sobretudo porque é usado pela esfinge de Gizé e, ainda, porque aparece na famosa máscara de Tutankhamon. Tratava-se de um elemento fundamental da veste faraónica, tendo entrado em voga a partir da III dinastia (c. 2649 a 2575 a.C.). A sua representação mais antiga está na cabeça da estátua do faraó Djoser (c. 2630 a 2611 a.C.) sentado, encontrada no complexo da Pirâmide de Degraus.
Barba Cerimonial
Uma barba de cerimónia trançada e postiça é outro dos atributos dos faraós. É de se notar que o faraó não só é geralmente imberbe, como também manda raspar o crânio no dia da sagração
Ureu
(em latim: Uraeus; em grego: οὐραῖος; romaniz.: Oùraios; pl. Uraei ou Uraeuses; da língua egípcia jrt) é o adorno em forma de serpente usado nas coroas de deuses e faraós do Antigo Egito como símbolo de soberania. Segundo um dos Textos das Pirâmides, o deus Gebe deu à cobra do faraó o direito de ser a mantenedora legítima do trono do Egito. Era a cobra que, segundo inscrições do tempo de Tutemés III (r. 1479–1425 a.C.) e Ramessés II (r. 1279–1213 a.C.), destruía os inimigos reais.
Peitoral
De ouro e de faiança azul, ou de electro com turquesas, cornalinas, escaravelhos de ametista ou falcões engastados, a emoldurar o olho de Hórus... Um peitoral tão pesado que precisa de um contrapeso nas costas. Nos braços, nos pulsos e nos tornozelos brilham por vezes outras joias: braceletes de ouro, de ágata, de lápis-lazúli, de jade, de cornalina, de malaquite verde; anéis, um dos quais, em forma de escaravelho, serve de selo oficial em todos os atos do Estado.
Perfumes
Cercado por nuvens de incenso perfumado, o faraó também deveria emitir odores arrebatadores, tendo o corpo mergulhado em doces óleos, os olhos circundados por uma grossa pintura em preto e uma elegante peruca posta por cima da cabeça raspada. Um conjunto de colares dourados, brincos, pulseiras e uma das muitas coroas reais, completavam a sua imponente aparência. O faraó precisava ser uma figura que impusesse respeito e temor, um verdadeiro deus vivo. Muitas das vestes eram inacreditavelmente pesadas e incómodas de serem usadas, especialmente durante longas cerimónias estatais no opressivo calor egípcio.
Cetro Heqa
O cetro conhecido como heqa é um pequeno bastão com uma das extremidades formando um gancho e que os pastores usavam para recapturar as ovelhas fugitivas, prendendo-as pelas patas. Às vezes é folheado a ouro e reforçado por tiras de cobre azul e pode ser visto frequentemente empunhado pelos reis egípcios. Ele simboliza o próprio conceito de lei e de ordem. Posteriormente os reis passaram a empunhar este cetro cruzado sobre o peito juntamente com o mangual.
Mangual
O chicote, na verdade um mangual de malhar grãos, ilustrava o poder do faraó sobre toda a produção do reino. Esta peça tornou-se bastante conhecida poela sua presença no sarcófago de Tutankhamon, no qual aparece associada ao cetro heqa. Tal associação, entretanto, não ocorria nos primeiros tempos, quando o chicote surgia sozinho em representações de cerimónias reais.
Cetro Was
Símbolo de domínio mais na esfera divina do que na terrena. O seu nome significa estabilidade, que é o que os egípcios esperavam dos faraós. Consistia de uma fina lança com um dos extremos terminado em dois dentes de garfo e o outro na forma de uma cabeça de cão. A sua origem parece datar da época pré-dinástica.
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